Era uma vez a Humanidade. Pessoas que precisavam de água para sobreviver. A humanidade da nossa história eram os australianos, que construíam esgotos e aquedutos revestidos de tijolos e usavam canos de madeira ou terracota. Mas esses métodos antigos se mostraram muito caros e lentos para os subúrbios em rápida expansão que estavam muito longe dos reservatórios de água e represas.
Então em 1910, Walter Hume aperfeiçoou um método para fabricar tubos de concreto armado com aço. Ele mostrou que, se o concreto fosse bombeado para um molde cilíndrico giratório, forrado com malha de reforço, a força centrífuga o lançava uniformemente pelas laterais e espremia a água. Os tubos resultantes eram muito densos, impermeáveis, duráveis e fortes.
Os sistemas de esgoto e abastecimento de água são uma parte oculta, mas essencial, da vida urbana e um campo de constante inovação.
Walter e seu irmão, Ernest então formaram uma empresa para fabricar tubos de concreto para esgoto e drenagem. Os irmãos Hume investiram os lucros de seus tubos e bueiros em pesquisa e desenvolvimento para melhorar o design dos produtos e a qualidade dos processos de fabricação.
A Hume foi uma das primeiras empresas de fabricação australianas a estabelecer fábricas e redes de distribuição em todos os estados australianos e no exterior.
Essa tecnologia foi trazida para o Brasil em 1927.
Os tubos eram usados para saneamento e eram de diâmetros pequenos.
De lá pra cá muita água rolou e na década de 70, meu pai Aramis João Giacomassi adquiriu a concessão para fabricação dos tubos HUME.
Aqui cabe o registro de algumas coincidências. A esposa de Ernest HUME se chamava Stella (assim como minha mãe e eu) e eles moraram por muito tempo numa cidade australiana chamada Adelaide (que é o nome da minha irmã).
Engenheiro civil, visionário e empreendedor, criou sua primeira empresa: a TUBONIVE.
A TUBONIVE ficava no parque Barigui, na beira da rodovia e seu foco era produção de tubos para saneamento. Sua vida era o trabalho e suas filhas. Visitávamos a empresa aos sábados ou domingos (agora entendo que era por segurança, pois adorávamos brincar entre os tubos).
Nas férias ele nos levava eventualmente para “ajudar” no escritório. Eu ajudava a telefonista (que ficava na mesa telefônica, conectando plugs), e minha irmã ajudava, ou atrapalhava a fazer contas numa “calculadora” da área de contabilidade.
Infelizmente, por vários motivos a empresa fechou.
Foi muito difícil pra todos nós, uma queda vertiginosa no padrão de vida, mas várias lições aprendidas.
A única saída que ele encontrou foi comprar um chevette azul velhinho (na janela traseira não tinha vidro, tinha um plástico) e um terreno em Rio Branco do Sul pra onde levou algumas formas e máquinas.
Começou então a trabalhar na extração de calcário e abriu as empresas Arebrita e Centrical.
Mas, genial como era nunca desistiu dos tubos pelos quais era apaixonado e criou a Cia HUME de Concreto Centrifugado. Traumatizado talvez com saneamento e a falência da TUBONIVE, tentou criar novos usos para os tubos (como essa peça para desfiar tecidos) e entre tantas ideias, surgiu a ideia dos reservatórios de água.
Então surgiu a Tubos HUME.
Foram meses de testes, folhas de papel almaço recheadas de fórmulas, cálculos e rascunhos. Herdei dele essa necessidade de escrever tudo, seja onde for.
Temos até hoje guardados esses rascunhos, que muitas vezes eram escritos em calendários que ele virava e escrevia no verso, pois a cabeça dele processava tudo muito rápido e tive que um dia sentar com ele muitos anos depois e pedir que me explicasse item por item os seus cálculos para que pudéssemos organizar tudo e não perder a receita do bolo.
As ideias não foram sempre bem sucedidas e muitos testes e pesquisas foram necessárias para chegar no nosso produto carro-chefe: os nossos reservatórios.
A HUME foi criada em 17 de março de 1988, mas tem colaboradores que estão conosco há muito mais tempo, oriundos das empresas anteriores. Jovens que hoje são avôs, funcionários que saíram e voltaram, funcionários com muito tempo de empresa. Digo que somos a Família Hume e nossa maior conquista é que todos somos guiados pelos mesmos valores, pela mesma garra e vontade de entregar o melhor produto, o mais seguro.
Hoje sou eu, Stella Giacomazzi, a responsável pela empresa. Quando infelizmente por motivos de saúde, meu pai se afastou, ele só me deu dois conselhos: nunca atrase o salário dos funcionários (eles dependem disso) e nunca deva para bancos (talvez traumatizado por juros e contas impagáveis). Mas o melhor aprendizado (além de matemática, que ele nos ensinava na mesa de fórmica da sala) foi através de exemplos. Incorporei valores: honestidade, integridade, manter a palavra, ética, respeito e acima de tudo, persistência. Ele nunca desistiu de nada e continua sendo um exemplo.
E esses valores estão todos embutidos na forma de trabalhar da HUME, uma empresa poeta que é sinônimo de solidez e qualidade.
Que a história dele e da empresa fiquem aqui registradas e os nossos produtos continuem melhorando a vida de milhares de pessoas, contribuindo com soluções para o armazenamento desse item indispensável para a vida: a água.
HUME A solidez que você precisa com a qualidade que você merece.